A Cave de Barricas da Quinta do Crasto foi, em 2013, totalmente renovada e equipada com tecnologia recente e com um sistema de suporte de barricas – Oxoline®, Barrel Stacking System – tendo sido pioneira na introdução em Portugal deste sistema inovador. A forma tradicional de armazenar as barricas de carvalho onde os vinhos estagiam é na horizontal e sobrepostas em linha até três ou quatro níveis de altura.

Com este sistema, a Quinta do Crasto mantém a estética do sistema de armazenagem tradicional mas otimiza melhor o espaço, podendo armazenar até seis níveis de altura em toda a extensão lateral interior da cave, até uma capacidade máxima de 1.611 barricas armazenadas. O número médio de barricas na cave é de 1.600 barricas.

Para além desta clara otimização do espaço da cave, a Quinta do Crasto ganhou ainda mais mobilidade na gestão das barricas de carvalho, uma vez que o acesso e manuseamento de cada barrica é feito de forma individual e independente, simplificando o trabalho na cave e deixando de ser necessário desmontar os níveis de barricas para movimentar apenas uma barrica.

Este sistema inovador permite ainda a rotação de cada barrica sobre um sistema de rodas individual, o que permite efetuar operações de bâtonnage sem incorporação de oxigénio, bem como efetuar a operação de esvaziamento, lavagem e enchimento da barrica, sem necessidade de a retirar do local. Toda a estrutura deste sistema de suporte de barricas é em tubagem redonda, com superfícies facilmente higienizáveis.

Outra das importantes melhorias traduziu-se no controlo total da temperatura e humidade dentro da Cave de Barricas, através da instalação de um sistema integrado de controlo de temperatura e de renovação do ar interior. Este sistema de climatização com inverter – permite aquecer e arrefecer o ar interior de acordo com as necessidades – possibilita ter uma temperatura estável de 16 ºC. A cave tem também aspersores de humidade para manter uma humidade relativamente alta e constante, na ordem dos 80%, durante todas as épocas do ano. Manter a Cave de Barricas húmida evita a evaporação do vinho através da barrica e reduz eventuais perdas. Este sistema permite ainda a filtração e a renovação do volume de ar da Cave de Barricas até uma vez e meia por dia, evitando a criação de fungos e mantendo a temperatura correta e constante.

Toda a parte arquitetónica da Cave de Barricas foi pensada de forma a potenciar o correto estágio dos vinhos e a ajudar a manter a temperatura e a humidade ideais no seu interior. No exterior, a Cave de Barricas é revestida a xisto e possui um teto de jardim no topo do edifício, ambos com uma função estabilizadora de temperatura e humidade. O pavimento é em epoxy de multicamada de quartzo, de excelente resistência, sem arestas vivas e com uma pequena inclinação, para fácil higienização e escoamento das águas após as lavagens.

Na Cave de Barricas, 85% das barricas são de carvalho francês e 15% são de carvalho americano. A Quinta do Crasto trabalha com mais de dez marcas de barricas, utilizando-as em função das suas características únicas como a densidade de madeira ou a tosta interior de cada uma, aspetos que condicionam o estilo aromático da barrica e influenciam os aromas dos vinhos. Cada barrica tem uma capacidade para 225 litros e é utilizada apenas duas vezes, sendo depois reciclada ou cedida a pequenos produtores. Por ano, a Quinta do Crasto investe cerca de trezentos mil euros em quatrocentas novas barricas de madeira.

A equipa de Enologia tem assim um leque alargado de opções que lhe permite fazer múltiplas combinações, escolhendo o que melhor se adapta ao vinho que se pretende produzir. A Quinta do Crasto tem vinhos que envelhecem desde os 6 meses, o Crasto Superior Branco, até aos 20 meses, como é o caso do vinho Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa. Em síntese, a Cave de Barricas da Quinta do Crasto tem todas as características necessárias para responder às exigências qualitativas e produtivas requeridas pela equipa de Enologia.

Os vinhos da gama Crasto Superior, o Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas, os vinhos monovarietais (Quinta do Crasto Touriga Nacional, Quinta do Crasto Tinta Roriz e Quinta do Crasto Touriga Franca) e os vinhos monovinhas (Quinta do Crasto Vinha da Ponte e Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa) dispõem assim de condições excecionais para realizarem um correto estágio em barrica.

Última Atualização: 12 de Maio de 2022